domingo, dezembro 24, 2006

Casa de vidro

Sombras e memórias vagas.

Máscaras perdidas daqueles rostos distantes,
que mostram vidas entrelaçadas em outras vidas.

A teia do destino fingi tecer o ontem e o hoje,
com o gesto velado com a intenção de um adeus,
em cartas ao vento tal qual um cata-vento.

No fio da memória a linha da nossa historia,
pode ser o começo de tudo ou
apenas o recomeço todos os dias.

Porque vivemos nessa casa de vidro?

Embaçando nossos medos, nossa solidão,
em frágeis olhares tristes parados no tempo.

Nossos olhos cansados sem maquiagem,
sem ilusão, sem devaneios, sem verbo, sem som.

Essa casa de vidro, nosso eu, nessa busca,
é uma luta diária ou uma simples auto afirmação?

Há uma pessoa melhor dentro de nós e
que ainda vive presa do outro lado desse vidro.

Ela me acena timidamente e
talvez ainda não esteja pronto para ela.

Vivo me achando, me perdendo e me confundindo
nessa casa de vidro, como num espelho,
que é o reflexo de mim mesmo.